"A única coisa que posso dizer com alguma confiança sobre a minha percepção é que ela está enraizada na coexistência de minha absoluta insignificância e relativa importância em relação aos outros e ao meio ambiente em que evoluo. Todo meu trabalho fotográfico e em novas mídias lida com esta dualidade e a incerteza que gera sobre quem eu sou e o que eu penso e sinto. Esta necessidade não constitui uma razão para a inércia, pode ser crivada de dúvidas de todos os tipos e, de uma forma estranha, podemos estar confiantes em confrontá-las no trabalho.

Para mim, a vida, como a arte, é um longo ato de equilíbrio quer reconhecemos ou não, e quanto mais curiosos formos e quanto mais riscos corrermos, mais somos capazes de perceber os múltiplos vetores de interferência que perturbam a nossa existência como fontes de crescimento e desenvolvimento, trazendo uma aparência muito necessária de equilíbrio para o que é, na realidade, um permanente estado de desequilíbrio."

Pensamentos sobre o Processo Criativo

SCOTT MACLEAY (canadense): artista novas mídias, compositor, escritor

Scott MacLeay iniciou sua carreira em Vancouver, Canadá, em meados dos anos 70. Viveu na França e trabalhou em Paris e Nova York por trinta anos antes de mudar para Florianópolis, em 2010. A primeira fase de seu trabalho fotográfico autoral foi realizada do final da década de 1970 ao início da década de 1990, momento em que começou a dedicar-se em tempo integral à composição de música contemporânea para dança, vídeoarte e seu grupo de pesquisa PRIVATE CIRCUS, além de trabalhos de consultoria em projetos audiovisuais internacionais.

Durante este período, sua obra foi representada por Marcuse Pfeifer Gallery (Nova York) e CREATIS Galerie (Paris) e exposto em diversas galerias privadas e museus na Europa, América do Norte e Japão: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris (França), Museum of Art and History of Fribourg (Suíça), Münchner Stadt Museum (Alemanha), Rencontres d' Arles photographiques (França), the Space Gallery (NYC), AO Gallery (Tokyo), The American Center for Artists (Paris), Ton Peek Gallery (Amsterdam), entre outros. Desde que mudou para o Brasil, já expôs na Fundação Badesc, no Museu de Arte de Santa Catarina, no Espaço Lindolf Bell (Centro Integrado de Cultura) e na Galeria Boiteux, em Florianópolis.

Sua obra fotográfica tem sido amplamente publicada e acompanhada na França, nos EUA e no Brasil: Art Magazine, Art in America, Clichês, Zoom, Camera Arts, Empreintes, Photo Magazine, entre outras publicações. Foi designado artista em residência pela Rockefeller Foundation no American Center for Artists para a criação da exposição multimídia "Fragments, Cycles, Sounds" em 1982, produzido para a Bienal "Mois de La Photo" em Paris. No mesmo ano, sua obra foi incluída na Time-Life History of Photography, no volume dedicado à "Arte da Fotografia". Seu trabalho está presente nas coleções permanentes de museus como the Brooklyn Museum, Nova Iorque e the Museum of Fine Art, Houston, Texas, EUA, tendo sido utilizado por este último para promover a coleção permanente de mais de 60.000 peças de obras de arte moderna e contemporânea.

Além de seu trabalho autoral, fundou o Departamento de Fotografia do American Center for Artists em Paris e tornou-se diretor do seu Center for Media Art and Photography (CMAP), em meados dos anos 80, criando um carrefour internacional de intercâmbio e criação, cujas atividades incluíram a organização de exposições, festivais, co-produções, seminários e programas de educação nas artes tecnológicas. O CMAP foi o centro de vanguarda de atividades de mídia arte e produções audiovisuais interagindo com as mais importantes instituições francesas (Centre Pompipou, Musée d'Orsay, Canal +, Arte, La Cité des Sciences et de l' Industrie) .

Em 1988 deixou o mundo fotográfico analógico para se dedicar a tempo inteiro à composição musical para criações de dança contemporânea de coreógrafos americanos e franceses, criações de videoarte e para o seu grupo de investigação musical Private Circus. Vários CDs de Private Circus foram lançados, incluindo uma de sua ópera de cabaré contemporânea “Les petits Foules (Small Crowds) e uma compilação de várias de suas obras para dança contemporânea O Outro Lado da História (consultar listagem de obras).

No início dos anos 2000, iniciou atividades de concepção, desenvolvimento e consultoria de projetos audiovisuais na França e na China, em colaboração com o produtor audiovisual francês Patrick Besenval (XLargo, Paris) e o arquiteto/designer/artista chinês Dr. Tao Ho. Esta atividade levou ao seu envolvimento como auditor/analista de projetos para vários grandes projetos culturais governamentais de AV na região de Champagne-Ardennes, na França. Isto, por sua vez, levou à sua exploração de imagens fotográficas digitais a partir de 2005.

Desde que se mudou para Florianópolis em 2010, tem se dedicado à produção de trabalhos fotográficos digitais e em novas mídias, além de continuar sua paixão por compartilhar suas experiências através do ensino. No final de 2011 fundou o Processo Criativo, movimento dedicado à promoção e desenvolvimento de trabalhos inovadores nas artes tecnológicas. No contexto desse movimento, realizou diversos workshops em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Tiradentes, Curitiba e Florianópolis. Desde 2017, ele concentrou grande parte de seu trabalho na arte performática baseada em vídeo e na interatividade. Seus trabalhos em vídeo ganharam prêmios em festivais em todo o mundo, incluindo festivais em Paris, Berlim, Milão, Londres, Los Angeles e Hong Kong.

Desde que mudou para Florianópolis em 2010, dedica-se à fotografia autoral, vídeo-arte e criações de novas mídias, além de continuar sua paixão por compartilhar suas experiências através do ensino. No final de 2011, fundou o Processo Criativo, um movimento dedicado à promoção e desenvolvimento de trabalhos inovadores e pesquisas nas artes tecnológicas. No contexto desse movimento tem conduzido workshops em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Tiradentes, Curitiba e Florianópolis. Desde 2017, ele concentrou grande parte de seu trabalho na arte performática baseada em vídeo e na interatividade. Seus trabalhos em vídeo ganharam prêmios em festivais em todo o mundo, incluindo festivais em Paris, Berlim, Milão, Florença, Veneza, Mônaco, Londres, Nova York, Los Angeles, Tóquio e Hong Kong.

Sua experiência em curadoria data dos anos 80, quando foi responsável pela curadoria de 6 exposições consecutivas para o American Center for Artists no Festival de Arles, na França. Após sua chegada em Florianópolis, atuou como curador em 2 eventos em 2014: Interferências: Scott Macleay e Convidados no Espaço Lindolf Bell, CIC e PERSPECTIVA (S) na Helena Fretta Galeria de Arte. Em 2015 foi responsável pela curadoria da Exposição “Hotel Esplêndido”, da artista mineira Laura de Avelar Fonseca, no Museu Inima de Paula, em Belo Horizonte/MG e no MuMA em Curitiba/PR (vencedor do Prêmio Marc Ferrez/2014 da Funarte) e da Exposição "Ondas de Luz" de Marco Giacomelli no âmbito da Bienal de Curitiba no MuMA, Curitiba/PR. Em 2016 foi responsável pela curadoria da Exposição "Danças de Luz" da artista plástica Flávia Tronca na Casa de Cultura de Caxias do Sul/RS e da Exposição "Sobre Águas" de Marco Giacomelli no MIS/SC em Florianópolis e no MuMA de Curitiba/PR. De 2017 até hoje continua fazendo curadoria de exposições dos artistas brasileiros Ruchita, Gilma Mello e Roni Munk no Instituto Internacional Juarez Machado em Joinville, bem como de exposições na Galeria Lindolf Bell em Florianópolis e no Centro Helio Oiticica no Rio de Janeiro (consultar listagem completa).

Seu livro de ensaios “PENSAR, SENTIR, VER – Percepção e Processo em Fotografia” foi lançado para brasileira Editora Photo em março 2015 com eventos no SESC Santana São Paulo, no Foto em Pauta - Festival de Fotografia de Tiradentes e no Centro Europeu de Curitiba. Seu livro QUADRICHROMIE 1978-1988, publicado em 2018 pelo CREATIVE PROCESS, traça a evolução de seu trabalho em cores realizado em Vancouver e Paris - trabalho que garantiu seu status como inovador no campo da fotografia em cores. Em 2020, seu livro interativo "ENCOUNTERS IN THE RIGHT AND LEFT HEMISPHERES" foi publicado pela CREATIVE PROCESS. Ele representa o primeiro estágio de um projeto interativo baseado em arte performática, com três partes, que trata do desenvolvimento de relacionamentos. A segunda fase, um site interativo online que permite a exploração não linear de diferentes perspectivas foi inaugurado em janeiro de 2021 (https://encounters-right-left-hemispheres.online). Em março de 2022, ele publicou dois novos livros: “Thoughts On …”, uma coleção de pequenas reflexões sobre uma variedade de tópicos contemporâneos no campo da economia, cultura, política, ética e psicologia e “Futility as Rebirth”, uma coleção de ilustrações e poemas/cenas teatrais justapostas para provocar reflexões sobre como situações incoerentes e absurdas podem constituir inspiração produtiva e relevante. Em 2023 concluiu a elaboração de um livro que compila uma seleção representativa de todos os seus trabalhos fotográficos, videográficos e interativos realizados entre 2010 e 2023 no Brasil intitulado INTERFERÊNCIA TROPICAL. O livro foi lançado em 2024.

DETALHES DE PRÊMIOS, EXPOSIÇÕES, LIVROS, CRIAÇÕES MUSICAIS, TRABALHOS DE ENSINO E CONSULTORIA

Esta foi uma de uma série de oito fotografias tiradas de uma criança, índia do noroeste do pacífico, e sua mãe, em Vancouver, em 1976. Foi a primeira série completa de trabalho realizado por MacLeay desde o início de sua aventura fotográfica em 1975.

Esta foi uma de uma série de oito fotografias tiradas de uma criança, aborígene do noroeste do pacífico, e sua mãe, em Vancouver, em 1976. Foi a primeira série completa de trabalho realizado por MacLeay desde o início de sua aventura fotográfica em 1975.