Por que eu faço uma obra não é necessariamente do que se trata. A motivação nunca deve impor limites.
Sempre trabalhei em vários projetos ao mesmo tempo, muitas vezes dividindo meu tempo entre o trabalho figurativo e o não-representacional incluindo a composição musical. O trabalho aqui apresentado é indicativo desta necessidade de explorar diversos caminhos e os processos que eles inspiram. Existe inevitavelmente alguma sobreposição com cada tipo de trabalho que influencia o outro. Ambos empregam processos criativos semelhantes envolvendo o uso de múltiplas camadas de vários tipos e formatos de informação.
Em todos os casos, documento situações que crio. São impressões sobre o que penso e sinto sobre mundos próximos e distantes. São elementos que coloco de lado enquanto crio outros até que tenha o suficiente para começar a fazer as imagens. Eu sou um coletor. Alguns conjuntos são aleatórios; outros são meticulosamente planejados. Monto estes diversos elementos e interfiro com o que criei até sentir uma forte compreensão emocional sobre os mesmos, como situações individuais e/ou sociais. Essa interação é de fato uma forma de interferência construtiva/destrutiva.
Enquanto começo com uma ideia bastante clara do meu destino, os detalhes sobre a rota específica a ser tomada raramente são evidentes desde o início. Esse é o papel de interferência. Isso nos obriga a buscar novos caminhos, alterando nossa perspectiva e iluminando nossa percepção com novos interrogações. A idéia original e a rota interagem e evoluem, estimuladas pela interferência que ajuda a definir tanto a nossas vidas quanto nossas processos criativos.
R. Scott MacLeay